terça-feira, 10 de outubro de 2017

A mudança no modelo de comércio varejista.

Vemos atualmente grandes mudanças acontecendo no comércio varejista.

O modelo tradicional de comércio, baseado em um ponto físico de vendas, estoque e vendedor de balcão está sofrendo uma grande transformação devido a diversos fatores, entre eles citamos:

- Dificuldade de circulação em grandes centros: atualmente os grandes centros sofrem com o excesso de veículos e com menos vias de trânsito, o que não favorece o deslocamento de clientes para os pontos de vendas.

- Baixo capital de giro dos pontos de venda: em virtude da crise econômica a maioria dos pontos de venda está descapitalizada, o que implica em compras menores e uma variedade limitada de opções ao consumidor no ponto de venda, tornando a experiência de compras menos satisfatória ao cliente.

- Equipe de vendedores despreparada: atualmente a equipe de vendedores nos pontos de venda tem que ser muito ativa para aprender sobre produtos e aplicação dos mesmos no dia a dia dos consumidores. Isto é fundamental devido à existência da internet e o fácil acesso do consumidor à todas as informações do que ele deseja comprar. Sempre que um consumidor sabe mais que o vendedor sobre algo, não acrescentando nada no processo de compra de um produto ou serviço, o consumidor acaba optando por outro meio de compra.

- Tecnologia: a internet veio para revolucionar o modo de buscar informações sobre o que o consumidor deseja. Atualmente cada indivíduo antes de tomar a decisão de tirar seu dinheiro do bolso para adquirir alguma coisa ele se cerca de toda a informação possível. Ele pesquisa, verifica o valor de mercado, sabe a aplicação dos produtos, os modelos, a durabilidade, os prós e contras de quem já comprou. A tecnologia também proporciona a compra fácil e entrega dentro da casa do consumidor.

- Custos crescentes em relação ao faturamento: vemos que os pontos de vendas tradicionais, devido à crise econômica tem dificuldades para manter o seu faturamento. Enquanto isto os custos para manter um ponto de venda sobem.
Somente estes fatores já são motivos enormes para que o varejo tradicional se movimente para não perder toda a sua importância na distribuição de produtos no mercado. Eu digo perder toda porque a realidade já mostra que o comércio eletrônico representa algo em torno de 45 bilhões em vendas somente no Brasil (previsão até o final de 2017).
Claro que isto afeta o varejo tradicional. O varejo tradicional está em pé de desigualdade com a internet. E muitos fatores empurram tanto fornecedores quanto consumidores ao mundo digital:

Fatores que levam os consumidores a buscar compras pela internet:

- Não existem nas lojas físicas todas as opções desejadas de produtos ao gosto do consumidor.

- Existe a questão do deslocamento até o ponto de vendas, com o gasto de tempo, meio de transporte, custos adicionais (estacionamento, pedágio, etc.), além da convivência com a violência urbana nos grandes centros.

- A experiência de compras no comércio varejista tradcional não é satisfatória em questão de ambiente de compras, atendimento, condições de fechamento de venda e serviço de pós-venda. Claro que temos exceções à regra.

- Maior confiabilidade nas transações comerciais realizadas pela internet, bem como a facilidade de buscar estas informações (fornecedores confiáveis) em sites e reclamações como o www.reclameaqui.com.br . Isto traz segurança ao consumidor de fazer suas compras na comodidade de sua casa.

Fatores que fazem os fornecedores a aderir ao uso de comércio eletrônico:

- Os pontos de venda não trabalham adequadamente as ofertas dos fornecedores, evidenciando os diferenciais e propondo valor aos produtos e serviços.

- Não existe no ponto de venda o oferecimento de toda a gama de produtos oferecidos. Esta oferta se restringe ao estoque que existe no ponto de venda.

- Os volumes de compra do ponto de venda estão diminuindo devido à crise econômica, sendo que os custos internos nos fornecedores crescem. Daí a necessidade de criar novos canais de venda.

- Existe uma demanda do consumidor em buscar nos fabricantes os produtos que precisa, retirando o “atravessador” – comércio varejista – da relação de compra e venda.
Há e ninguém pode negar uma grande transformação a caminho, onde os pontos de vendas tradicionais terão que começar a agregar valor na relação comercial e não ser apenas repassadores de produtos.

Isto não passa somente pelas idéias tradicionais, como melhorar fisicamente o ponto de venda para torná-lo acessível aos clientes e à interação com produtos. Pelo treinamento incessante dos colaboradores em atendimento ao cliente e às informações de produtos, pela publicidade normal que conhecemos. Outras medidas tornam-se indispensáveis:

Os varejistas devem pensar em inserir serviços personalizados na venda, como a venda de consignados para clientes, podem utilizar as redes sociais da empresa e engajar os colaboradores para utilizar as suas redes sociais para promover as vendas na sua rede de relacionamento. Muitos lojistas devem buscar formas de atrair os consumidores ao ponto de venda para viver uma experiência na compra isto será determinante para que haja clientes fieis ao comércio tradicional.

Além disso, dentro da área geográfica que o ponto de venda atende, os lojistas devem ter o seu próprio e-commerce para venda, facilitando pontos como entrega mais rápida, facilidade de trocas de produtos e atendimento mais pessoal que o e-commerce tradicional.


A aproximação deve ser um fator primordial para que o comércio tradicional possa continuar sendo um gerador de riquezas interessante para quem empreende neste nicho e para quem fornece para ele. Sem esta aproximação com o que o consumidor deseja teremos muitos comércios tradicionais sendo trocados por outros meios de vendas.

QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES: UMA NECESSIDADE E UMA FERRAMENTA PARA MANTER E AUMENTAR AS SUAS VENDAS.


Você conhece os seus clientes? Se fizermos essa pergunta para a maioria dos vendedores, certamente a resposta será um “SIM” bem redondo.

Se afinarmos a pergunta e fizermos no começo do mês o questionamento: “Quais clientes nos darão vendas este mês? “ Certamente uma parte irá gaguejar para responder vagamente e a maioria responderá “NÃO SEI”.

Este é um dos problemas que atinge a maioria dos vendedores. Conhecem os clientes pelo tempo de trabalho e de relacionamento (que a maioria o faz muito bem). O que é necessário é que este relacionamento gere vendas, e estas vendas tem que ser planejadas.

Muito do trabalho do representante é atender o que o cliente quer. Nisto está o grande pecado da maioria dos vendedores. É necessário haver um trabalho de convencimento do cliente para chegar nos objetivos dos vendedores.

Se falarmos que o objetivo dos vendedores é somente vender vamos estar dando a meia verdade da história. Vender é necessário sim, mas não é a verdade absoluta nas vendas.
As empresas que são representadas pelos vendedores têm muitas outras metas que precisam do trabalho ativo do representante: Existem linhas de produtos a serem trabalhadas, existe o tamanho do mercado que precisa ser mantido e ampliado, existe o valor médio das vendas que necessita ser aumentado e outras metas que o trabalho do vendedor alimenta no dia a dia.

 Por isso mais do que nunca, a palavra QUALIFICAÇÃO DE CLIENTES está presente na realidade das áreas de venda.

Porque não é suficiente conhecer os clientes para relacionamento. Isto é necessário, mas não traz as vendas para o vendedor nem direciona um trabalho que precisa ser feito.

A qualificação busca trazer para o vendedor objetivos para o seu trabalho. Afinal ele tem que sair de casa com objetivos antes de atender os clientes. Objetivos de volume de vendas de produtos, objetivo de valor de vendas, objetivos de retenção de clientes, objetivos de defesa de seu espaço no ponto de vendas.

A partir do momento em que ela busca informações de seus clientes o vendedor começa a definir “que é quem” na sua carteira. Quais clientes ele irá dispender mais tempo no atendimento e qual o “preço” disso (entenda-se aqui volume de vendas no cliente).

Um método simples é montar uma planilha de qualificação de clientes.
Nela você relaciona os seus clientes e começa a colocar as informações que são relevantes para o seu negócio de vendas. Estas informações podem ser classificadas:

CONFIABILIDADE: Neste tipo de informações você coloca se todo mundo vende para este cliente. Ele tem crédito na praça? Ele está pagando todo mundo? Está estabelecido há bastante tempo? Tem capacidade de honrar seus compromissos? Todo mundo quer vender para ele? São informações importantes para você saber qual tipo de cliente você vai dar mais ou menos do seu tempo de trabalho.

RELACIONAMENTO: Esta informação é essencial para você ter pessoalidade nos negócios. Em vendas ser reconhecido pelos proprietários do negócio ou pelas pessoas chave na decisão de compra é essencial e deve ser um dos objetivos de qualquer vendedor. Saber quem você conhece que irá ditar as regras na hora da compra é de suma importância para o vendedor. Se você não conhece as pessoas certas você tem que ter como meta conhecê-las e ser de confiança delas.

ESTRUTURA: Todo cliente tem um espaço físico diferente. Você tem que relacionar os que tem condições de trabalhar com seus produtos de maneira mais eficiente, com visibilidade adequada e que privilegie o giro de seus produtos. Além da estrutura física, a estrutura de pessoal para venda “afim” dos seus produtos deve ser levado em conta para classificar os seus clientes.

DEDICAÇÃO: Em cada um dos seus clientes você tem uma ou mais pessoas com foco nos produtos que você vende? Os produtos que você vende são expostos de maneira adequada?  Seu material de apoio a vendas está disponível e com fácil acesso? Existe um volume constante de pedidos?

OPORTUNIDADES: Quais produtos que você vende ainda não são comprados pelo cliente? O que precisa ser feito para vender toda a sua carteira de ofertas para o cliente? Qual a sua meta de vendas para aquele cliente em cada produto que você oferece?

Esta qualificação pode estar na cabeça do vendedor. Mas o importante é colocá-la no papel e transformá-la em um plano de ação do tipo: - Neste cliente tenho que colocar este produto que ele tem potencial de compra mais ainda não compra. – Minha venda média neste cliente é de X reais, vou aumentar em 12 % esta meta. -  Não conheço ainda o dono desta loja, tenho que ter como meta marcar uma reunião com ele. – Nesta loja não tenho nenhum vendedor treinado e ela tem potencial, tenho que treinar algum vendedor. Vou falar com o proprietário e organizar um treinamento para vendedores.

Não é necessário ter meta e ação extraordinária para todo cliente. Você deve se concentrar naqueles que são chave e poderão ser a resposta da questão “com quem posso contar neste mês para me dar pedido”.

São nestes clientes que você irá dispor tempo, dedicação, treinamento a vendedores, frequência de visitas e um trabalho especial. São estes clientes que serão a fonte da maioria das vendas que você fizer.

Mais do que uma necessidade, conhecer os clientes é uma ferramenta que permite a você ser um campeão de vendas, estando presente nos clientes de maneira efetiva.

Também a qualificação ajuda as empresas que você representa a direcionar recursos para o que precisa efetivamente ser feito, como conteúdo de treinamento, promoções de produtos direcionados, material de marketing, organização de pontos de vendas, etc.


Esta é a ferramenta essencial para que você possa ser um consultor de vendas com interesse nos negócios do seu cliente. Uma pessoa RELEVANTE no processo de vendas que é reconhecida pelo mercado.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Produto caro é produto que não gira

Em minha última viagem acompanhando representante no estado de Goiás, tive a oportunidade de conversar com um proprietário de um grupo de lojas.
Conversamos sobre diversos assuntos. Sobre a "crise" que assola o comércio, a necessidade de ajustar estoques, trabalhar somente com fornecedores confiáveis e que são oportunidades para o comércio, falamos sobre "apertar os cintos" em alguns investimentos como reformas em lojas e coisas do gênero.
Dentre diversos assuntos, acabamos falando sobre o que vendo em meu trabalho (premiações - troféus, medalhas e placas de homenagem). Ele me informou que era um produto extremamente bom de venda, principalmente porque gira bastante. "Não existe produto caro, existe produto que gira no ponto de venda. Produto caro é produto que não gira".
Este é um argumento que concordo plenamente. Mercadoria cara é mercadoria que não gira. Se a mesma lhe dá margens satisfatórias, cobre seus custos e lhe dá lucro, mesmo que o valor de aquisição seja mais alto que os produtos concorrentes, o comerciante deve adquirir.
Ter uma variedade de produtos com maior valor no ponto de venda ajuda o comerciante em diversos pontos: selecionar bons clientes, ter mais dinheiro em circulação, se diferenciar da concorrência, atender os clientes com bons produtos.
Muitos clientes em nosso atendimento querem nos jogar na vala comum do preço. Ficam reclamando do preço, das condições de pagamento, arranjam mil motivos para evitar uma compra. Quando o representante ou vendedor está com o gerente então, daí que o nível de reclamação aumenta.
Sempre deixo claro para os meus clientes este ponto. Se você não gira os meus produtos, se não tem a margem ideal, se a empresa que trabalho lhe traz problemas de entrega, de quebra ou defeitos de mercadorias, e de cobrança, tudo bem, até aceito de bom grado as reclamações e irei trabalhar para evitar este tipo de problema. Mas se nossos produtos estão girando no ponto de vendas sem a necessidade de promoções, de margens menores, não há razão para reclamação.
Quem vende para varejo deveria de fato dar importância para o giro da sua mercadoria no ponto de venda.
Verificar se o comerciante de fato está trabalhando o seu produto no ponto de venda. Daí a importância da exposição, do material de auxílio a venda, da verificação das margens de venda, do treinamento dos balconistas. Estes fatores devem receber atenção do vendedor ou representante. Ter uma ou mais pessoas de foco em seu produto no ponto de vendas de seu cliente é essencial.
Gerenciar estes fatores são difíceis, mas essenciais para que o ponto de vendas trabalhe de fato na revenda dos produtos que você vende ou representa. 
Se o ponto de vendas se dedica na geração de negócios dos produtos que você trabalha certamente o giro das mercadorias será maior, e você jamais receberá reclamações de preços, e se receber, certamente terá o argumento certo para contestar: 
PRODUTO CARO É PRODUTO QUE NÃO GIRA.

"Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia"  
(Albert Einstein)

Quem trabalha com vendas ao comércio tem falado bastante sobre a atual “crise”. Os volumes de vendas ao comércio não tem sido mais os mesmos, isto é um fato.

Hoje os clientes estão bem resistentes a investir em estoques e mercadorias novas (o período pede muito cuidado com investimentos), mas todos concordamos que no comércio, sem mercadorias no ponto de venda não há faturamento. Comprar é essencial para o comerciante continuar com suas atividades.

Além de investir em estoque de bons produtos, os lojistas devem investir na estrutura do ponto de vendas e na qualificação do seu pessoal de atendimento.
Pense na equação complicada do lojista: deve investir em bons produtos, tornar seu ponto de venda atrativo e ainda melhorar a eficiência de seus vendedores (se existem menos consumidores com poder de compra entrando em uma loja, o comerciante tem que ser mais efetivo no seu atendimento para ter vendas).

Pensando nesta complicada conta que o lojista enfrenta diariamente, o desafio de quem vende para o comércio varejista é maior. Os agentes de vendas tem que começar a ser empreendedores junto com o cliente para convencer o mesmo a investir, e que este investimento seja com o seu produto e com a sua oferta.

A falta de compreensão deste cenário é que leva grande parte dos vendedores a reclamarem que as vendas baixaram. Isto é reflexo em grande parte, porque muitos profissionais de venda não leem com exatidão o mercado. São míopes ao que está acontecendo pelo comodismo da rotina.

Gostam de ir aos mesmos clientes, fazer o mesmo roteiro de viagem, conversar com as mesmas pessoas, vender os mesmos produtos, do mesmo jeito. Gostam de tomar o mesmo cafezinho, ficar no mesmo hotel, usar as mesmas ferramentas e querem, em uma época de “crise”, onde os clientes estão pensando muito mais no que investir para ter em sua loja, ter resultado melhor do que em épocas “sem crise”.

A crise é uma forma de se reorganizar. De analisar o que estamos fazendo, o que estamos oferecendo e de que forma estamos fazendo isso.

Tempo de crise, tempo de se reinventar. Buscar formas diferentes de trazer resultados.
 

Muitos fatores deveriam ser bem analisados pelos vendedores e representantes, para que os impactos da “crise” se tornem menores ou acabem virando oportunidades de crescimento. 

Pois toda “crise” passa, e quem estiver organizado e preparado para os tempos “sem crise” estará na frente. Dentre estes fatores  destaco os Clientes, Roteiros de Viagem, Ofertas, Atendimento e Ferramentas de Vendas.

Como toda a empresa deveria fazer em épocas de “crise”, se reorganizar e ficar com o que realmente vale a pena é essencial para ter mais foco e buscar resultados bons para seus clientes e principalmente para você vendedor e representante.

Analise com detalhe estes fatores:

Clientes: Você deve analisar o seu cliente em vários pontos: - O volume de compras deste cliente em relação ao investimento que é feito para atendê-lo é bom? - O cliente tem capacidade de comprar mais? - O mesmo tem estrutura para revender a sua oferta? - Você tem uma ou mais pessoas de contato no cliente tanto para comprar quanto para vender o seu produto no ponto de venda? - O ponto de venda é organizado e facilita a revenda do seu produto?-  O cliente é somente um repassador de produtos ou também oferece serviços aliado à sua oferta? - O seu produto é relevante para o cliente? - Ele de fato trabalha o seu produto ou o mesmo é somente “mais um item”? - Como está o crédito deste cliente? - Ele está comprando muito ou pouco no mercado? - Ele é um bom pagador ou dá muita “dor de cabeça” para a sua área de cobrança?
Se você pegar a sua relação de clientes e analisar cada ponto você obtém uma classificação dos mesmos. A partir daí pode criar um plano de trabalho para melhoria de cada ponto. Pode negociar com a empresa que você trabalha como ter uma abordagem diferenciada para cada cliente e ainda dedicar o seu tempo nos clientes mais importantes e com melhor potencial de compra.
Isto é se interessar legitimamente pelo cliente que lhe dá resultado. Este interesse deve despertar o vendedor que existe em cada profissional de vendas. Através do atendimento mais focado os clientes entendem que você é a pessoa que o ajuda a investir no produto certo que irá trazer lucro para o seu comércio. Mas você como vendedor é que deve mostrar este diferencial.
 
Roteiros de Viagem: Analisando melhor os seus clientes, você tem que traçar estratégias de atendimento. Em épocas de “crise” o atendimento deve ser intensificado.
Ficar esperando o cliente “ter vontade” de comprar não é a melhor solução e não paga as contas do vendedor ou da sua empresa. Sabemos que os custos de visitação estão cada vez maiores. Combustível, pedágio, hotel, alimentação e outros custos sobem e se você não aumentar o seu faturamento por cliente a operação fica inviável. Você precisa após a análise dos clientes criar os seus roteiros de viagem, relacionando as cidades e os clientes que serão atendidos em cada roteiro, inclusive analisando mensalmente o seu faturamento por roteiro. Nesta análise deve ter os seus clientes que mais faturam e também os que você definiu como potenciais de aumento de vendas, para que o trabalho seja intensificado nestes. Também é uma boa oportunidade de buscar clientes novos para os seus roteiros. Afinal, percorrer cada roteiro tem um custo, então toda a venda que se realizar nele ajuda na sua manutenção financeira.
Claro que questões econômicas e de logística devem ser analisados (distâncias, comodidade, custo do percurso) para que se tenha a melhor relação investimento X benefício. Procure definir uma periodicidade para cada roteiro. Desta forma você poderá prever com melhor exatidão quanto será a rentabilidade do mês (quanto você gastou pelo que cada roteiro feito lhe rendeu em vendas).
Para o vendedor e representante, esta conta é importantíssima, pois trata-se do equilíbrio financeiro essencial para a continuidade dos negócios. Hoje temos outras formas de estar junto aos clientes – telefone, e-mail, WhatsApp. Temos que usar todas as ferramentas para avisar o cliente de nossa presença na região, informar sobre nossos produtos e ofertas. É a forma mais econômica de complementar o trabalho de contato direto feito através da visita aos clientes.
Você deve analisar isto como forma de ser um melhor vendedor, que atende pessoalmente as demandas de seus clientes e que tem um atendimento constante, cobrindo sua área de atendimento com eficácia.

Ofertas – O que você está oferecendo a seus clientes? Você conhece o que está oferecendo a seus clientes? O que você consegue falar sobre o seu produto ou oferta? Você consegue discorrer sobre o seu catálogo de produtos? Estudar o seu produto e oferta e as diversas aplicações que estes possuem é essencial para você fazer o papel de diferencial para o seu cliente. Lembre-se: o cliente hoje está muito mais seletivo sobre o que irá investir para colocar no seu ponto de venda. Se você não fizer o papel de vendedor que entende do seu produto e oferta e se colocar como consultor para mostrar as mais variadas aplicações e formas do seu produto, ele irá optar por quem fizer isto. Saiba tudo sobre o seu produto: como é fabricado, como é entregue, prazos de entrega, formas de faturamento, tenha fotos com exemplos de uso, troque mensagens com seus clientes informando sobre novidades de seu produto, saiba o que mais vende na sua região de atendimento. Veja quais produtos o cliente compra e ofereça coisas novas para ele. O cliente deve sentir que você irá indicar coisas boas para ele, que o farão ganhar dinheiro e ter um ponto de vendas atrativo. Neste ponto o vendedor não pode ter acomodação (preguiça) para conhecer, perguntar, buscar informações. Não podemos convencer ninguém a comprar nada que oferecemos se não tivermos a informação que será diferencial para o cliente. Analise cada cliente, o que compra e o que você oferecerá para que ele aumente a variedade de produtos que você oferece.
 
Atendimento – Vendedores são “experts” em atendimento. Certo? O que é um bom atendimento? É tomar o cafezinho com a mesma pessoa no seu cliente? É tirar o pedido conforme o cliente pede, com velocidade, corretamente, é ter cortesia? Tudo isto faz parte do atendimento, mas não é tudo. Fazer um bom atendimento é coordenar diversas coisas ao mesmo tempo. É ser assertivo, planejado, flexível, ter conhecimento. Um bom atendimento é a base da confiança que o cliente têm em seu atendente vendedor. Para isso o vendedor deve ter foco na superação das expectativas do cliente.
Isto vem com organização do atendimento, com respostas baseadas no seu conhecimento da oferta e dos produtos que são oferecidos, na disponibilidade para contato, na cortesia e educação no momento do atendimento, no foco no que o cliente precisa e no que você precisa cumprir como objetivo de venda.
Isto é o grande diferencial dos vendedores de sucesso. Eles conhecem as necessidades dos seus clientes, entendem o processo de compra e venda dos mesmos e buscam suprir estas necessidades superando os desafios existentes. Eles entendem o tempo de venda (não são os “chatos insistentes” mas procuram melhorar o processo de compra do cliente com o produto certo, na quantidade certa para que  o mesmo não fique sem mercadorias ou ainda não fique com produtos parados no ponto de venda. Vejam que série de variáveis estão envolvidas no atendimento: planejar quando visitar, a forma de contato, como o cliente compra, como ele vende, que produtos irá oferecer, que informações irá passar ao cliente. Isto não é fácil, é um desafio que somente o verdadeiro VENDEDOR consegue superar.
  
Ferramentas de vendas – Você já analisou o que utiliza para vender? Seus catálogos estão atualizados, com informações bem à vista, fáceis de repassar? Você tem à mão todas as ofertas que a sua empresa lhe coloca para oferecer aos clientes? É incrível, mas muitos vendedores saem para efetuar seus trabalhos de venda sem as ferramentas certas para apoio a seu trabalho. Muitas companhias investem em catálogos, folhetos, e-mail marketing, sistemas de informação, blocos de pedidos, ferramentas para que o vendedor possa organizar o seu trabalho e passar para os clientes as informações sobre seus produtos e ofertas. Apesar de toda esta oferta de ferramentas, muitos vendedores acreditam apenas na sua capacidade pessoal (leia-se memória e agenda) para efetuar todas as tarefas de atendimento a clientes. Com isso acabam deixando de lado um potencial de ofertas que caberiam em muitos clientes, pois não repassam as novidades, ou pior, passam informações equivocadas sobre produtos e ofertas. As ferramentas de apoio a vendas existem para melhorar o repasse da informação para os clientes. Muitos não dão a devida atenção à elas e isto acaba refletindo em ofertas que ficam sem serem repassadas aos clientes e pedidos incompletos ou com informações equivocadas.
Ferramentas que organizam o atendimento ao cliente dão segurança para o mesmo que todos os termos da negociação que o vendedor realizou com ele estão registradas, além de facilitar o entendimento dos itens dos pedidos para a empresa que você vende ou representa.
Ter as informações organizadas, catálogos impressos ou digitais, preços atualizados, em ordem, que transpareça profissionalismo demonstra para o cliente que você é uma pessoa de confiança e que representa bem a empresa e os produtos que vende.
Atualmente a tecnologia nos permite chegar ao cliente das mais diversas formas. A era digital nos permite acessar o cliente em vários dispositivos de comunicação. Não existe mais desculpas para não ter o cadastro completo de e-mails e celulares de seus contatos nos clientes. Estes são essenciais para replicar as informações de seus produtos e serviços, e se manter em constante contato com seus clientes, criando diferencial no dia a dia deles.


Claro que vender é uma arte, e não das mais fáceis. Mas pense bem nestes fatores que falamos. Se bem organizados e analisados estes lhe deixam preparado para os desafios atuais. Vender mais em uma época em que todos os clientes estão repensando o seu investimento em mercadorias e estoques. 
Fazer as coisas do mesmo jeito não é a solução. Buscar os mesmos clientes pode não ser mais suficiente para que você esteja no mercado.
A coisa boa da “crise” é que ela nos obriga a pensar diferente, a fazer diferente. A buscar as oportunidades escondidas e nos fazer utilizar as habilidades que temos. 
A “crise” nos ajuda a tirar a preguiça e acomodação que está impregnada em nosso modo de trabalho e inovar na forma como fazemos nosso trabalho. 
Desde o início deste artigo chamo “crise” de “crise” entre aspas porque não acredito que algo que nos faz mudar e respirar ares diferentes seja ruim. Ela nos move a coisas novas e isto é viver a vida na sua intensidade.

Agradeço ao gênio Albert Einstein pelas frases de inspiração. Em momentos de crise, nada como poder recorrer às grandes mentes da humanidade.